Viagem
Eram horas. Nós sabemos disso. Mas era só mais um beijo, só mais um abraço, só mais um tem cuidado contigo, e um boa viagem. Todos sabíamos que estava na hora. Apesar de todo o corropio de malas, de gentes, de comboios a partir, de aviões a chegar, todos nós sabíamos o que ali estavamos a fazer. E eram horas. Era tanta a confusão. Tantas culturas. Tantas nacionalidades. Tantas partidas, tantas chegadas. Tantas despedidas. Tantas saudades tuas. Apenas te dei um beijo. Apenas te disse...será que disse?
Eram horas. Partiste tu e tantos outros. Partiram os teus sorrisos. As lágrimas ficaram. Foste contente. Receoso. Mochila às costas, ansiando o destino. Nós ficamos, desejando que voltasses de aonde não tinhas ainda chegado.
Eram horas. Voltámos para uma casa vazia das tuas gargalhadas. Foram tantas as horas que o teu quarto ficou vazio. Escrevi-te abraços longos todos os dias, mandei-te beijos pelo telefone. Fiz frente à tua ausência, durante horas. Tapei a saudade com plasticina. Acabei por conseguir saber-te ali, bem perto. Fechado em memórias. Em pensamentos. Em momentos só meus. Só teus.
Eram horas de chegares. Voltar à azáfama das partidas. À azáfama daquela confusão internacional. Eram horas de te dizer olá com toda a minha força. De te beijar até que o meu folgo acabasse. De te sorrir. Só isso. Eram horas. E tu apareceste. De mochila às costas. Cheio de novidades. De sorrisos. De chegadas... Beijei-te? Sorri-te? Não sei. Foi rápido de mais o momento da chegada. Como o da partida.
Quero que partas, para que voltes. Quero que vás. E que venhas. Depressa!
Kiara Minerva
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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