terça-feira, 2 de março de 2010

Contos de Rei 1 (Parte II)

Possivelmente Impossível

(continuação)

O João, que nesse momento já comia as cheirosas bolachas ainda fumegantes, não pôde deixar de ficar intrigado com o que seria "aquilo" a que o pai se referiu num tom quase inaudível para a avó. Que seria "aquilo"? Porque teria o pai falado naquele tom? Mas as bolachas estavam tão boas, que não pensou mais nisso.

As férias estavam a ser muito boas, com muitas brincadeiras entre o João e a avó. A cuidar dos animais, a passear pela vila, a fazer compras no mercado local, a fazer as receitas maravilhosas da avó.

Um dia, ao chegarem da vila (a casa da Dona Alice ficava afastada da vila, isolada à volta pela floresta conhecida como "Uivada", graças ao facto de, segundo se dizia, virem de lá fortes uivos. Os antigos diziam que eram lobisomens, mas o João sabia que não existem lobisomens e ria-se dessas histórias), o João olhou para a floresta (que, e apesar de não acreditar nas histórias dos antigo, sempre lhe meteram medo, desde pequenino, e agora, com os seus 13 anos, não era diferente) e pareceu-lhe ver um vulto.

Mas pensou: As coisas que as histórias que ouvimos nos fazem pensar...

Tinham deixado uns bolinhos no forno e iam agora deliciar-se com eles. João foi a correr para a casa-de-banho lavar as mãos, quando reparou nuns estranhos pêlos que estavam no lavatório. Ao chegar à cozinha, nem teve tempo de contar à avó oque tinha visto, pois ela disse-lhe com um ar serio e pesado:

- Senta aqui João, tenho uma coisa para te contar!

João gelou, tal estava carregado o semblante da avó.

- Diz avó! - disse ele a medo, mas com curiosidade

A avó ajeita a voz, enquanto tenta disfarçar a mão trémula, e diz:


(to be continued)

CP

Sem comentários:

Enviar um comentário