(continuação)
O João, que nesse momento já comia as cheirosas bolachas ainda fumegantes, não pôde deixar de ficar intrigado com o que seria "aquilo" a que o pai se referiu num tom quase inaudível para a avó. Que seria "aquilo"? Porque teria o pai falado naquele tom? Mas as bolachas estavam tão boas, que não pensou mais nisso.
As férias estavam a ser muito boas, com muitas brincadeiras entre o João e a avó. A cuidar dos animais, a passear pela vila, a fazer compras no mercado local, a fazer as receitas maravilhosas da avó.
Um dia, ao chegarem da vila (a casa da Dona Alice ficava afastada da vila, isolada à volta pela floresta conhecida como "Uivada", graças ao facto de, segundo se dizia, virem de lá fortes uivos. Os antigos diziam que eram lobisomens, mas o João sabia que não existem lobisomens e ria-se dessas histórias), o João olhou para a floresta (que, e apesar de não acreditar nas histórias dos antigo, sempre lhe meteram medo, desde pequenino, e agora, com os seus 13 anos, não era diferente) e pareceu-lhe ver um vulto.
Mas pensou: As coisas que as histórias que ouvimos nos fazem pensar...
Tinham deixado uns bolinhos no forno e iam agora deliciar-se com eles. João foi a correr para a casa-de-banho lavar as mãos, quando reparou nuns estranhos pêlos que estavam no lavatório. Ao chegar à cozinha, nem teve tempo de contar à avó oque tinha visto, pois ela disse-lhe com um ar serio e pesado:
- Senta aqui João, tenho uma coisa para te contar!
João gelou, tal estava carregado o semblante da avó.
- Diz avó! - disse ele a medo, mas com curiosidade
A avó ajeita a voz, enquanto tenta disfarçar a mão trémula, e diz:
(to be continued)
CP
Sem comentários:
Enviar um comentário