Para: Rapariga de abraços fáceis
Braga, 6 de Maio de 2008
Olá,
Não te pergunto como estás porque sei como andas. De cabeça no ar a pensar no mesmo que eu. Sei que estás bem, acabaste de me mandar uma mensagem de maneira a que eu pudesse imaginar o teu sorriso de quem pede desculpa. Estás desculpada, descança. Podes voltar aos teus tormentos diários.
Eu, como tenho um nó (daqueles que andam meses a ganhar pó debaixo da cómoda) venho aqui dar-te uma ponta para que me ajudes a desatar a minha vida. Pronta?
Vou dar-te a ponta a que tu pertences. É uma corda ainda grandinha. O maior emaranhado está no coração, mas na cabeça o caso também não está nada fácil.
Pois bem, o que se passa é que me confundes. Enervas-me. Delicias-me. Acalmas-me. Misturas-me com os outros para que me possas salvar. Fazes-me falta. Beijas-me. Encontras-me no labirinto da sociedade para que me possas sorrir. Ouves-me. Gritas comigo para que desça à terra e tome conta do pó que se vai acumulando debaixo da grande cómoda dos sentimentos. Olhas-me de soslaio quando digo que quem cozinha hoje sou eu.
Com tudo isto, em vez de em ajudares a limpar e a organizar tudo por ordem alfabética, partes o que ainda estava inteiro, desarrumas o que ainda tinha como certo. Fazes tudo isto com uma música nos lábios e com a mão a passar pelos caracóis pretos.
Não vale a pena enrolares as mãos em gestos mesericordiosos, muito menos recorreres a balelas para me enganares. Singe-te a vir ter comigo. Abraçares-me e ficares assim, a meu lado, para eu acordar ainda na cama e não no chão, junto ao pó.
Abraço Meu
Kiara Minerva
quarta-feira, 3 de março de 2010
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Bem, parece que o fizeste outra vez... Um grande texto que proporciona um imenso prazer ao se ler! E que mais queremos nós?
ResponderEliminarOh anónimo(a), ou Kiara como queiras, não me trates por anónimo(a) que fica-te mal! (:
Continua!
Deliciar-mo-nos com o intenso prazer de embrulhar os sentimentos na boca, como se um nó cego nos descesse pela garganta e atasse subtilmente o coração... São medos, angustias, cansaços... São sentimentos puros, baralhados... Pedaços de gente que não se entende a si mesma... E com toda a força do mundo, como todos os outros, anseia inegávelmente ser sublimemente feliz!
ResponderEliminar(Como devem concluir também não foi o anónimo real que escreveu o primeiro comentário!!! Acho que se consegue distinguir pela escrita! Estou até a ponderar um pseudónimo para evitar falsificações baratas!!!)
Então pondera lá! "O anónimo real" Gostei! :|
ResponderEliminar"Esses caralhos". Acho que me fiz entender...
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Caros Anónimos,
ResponderEliminaros vossos comentários fazem as delícias do meus dias.
Caro Anónimo 1, como não dizes quem és dar-te-ei um nome (desculpa o abuso) e serás, para mim e partir de agora, a Sra. Augusta Maria, ok? =)
Caro Anónimo 2, para ti tenho outro nome, chamar-te-ás (no meu subcosciente) António!
Quanto aos comentários, continuem. Gosto muito de os ler, e às vezes de não os perceber. Gosto de saber o que pensam daquilo que escrevo, ou gosto só de saber que ha pessoas que se dão ao trabalho de escrever sobre aquilo que escrevo (ou não!).
Tó, és um rapaz (para mim tens 17 anos) com as coisas tão resolvidas na tua cabeça, que aches que o escrevo demonstra assim tamanha confusão? Ou percebi mal o que escreves? Quanto eu ser "pedaço de gente" magoaste-me com essa ... Tento na língua rapaz!
Kiara
Pedaços de gente somos todos... Enveredamos caminhos de nós que desconhecemos todos os dias e reconhecemo-nos em experiências eternamente inacabadas... Confusão/clareza... Irrelevante!!! Identidade!? Sempre, inesgotavelmente, incansavelmente e inexploravelmente...enquanto todos respirarmos e, mesmo não o sentindo, estivermos vivos!
ResponderEliminarAnónimo Real
Kiara, não tens de pedir desculpa... é só mais um. Mas Sraª Augusta Maria parece-me bem!
ResponderEliminarTó,
ResponderEliminaraté posso concordar com o que disseste, no entanto, eu gostava mais de ser uma pessoa completinha, com tudo no sítio e atributos normais. E ser um pedaço não me satisfaz.
Para ti chega? seres só um pedaço?
Dona Augusta, ainda havemos de trocar umas receitas, pode ser?
Kiara
A humildade de nos sabermos tão simples, tão imperfeitos e tão incrivelmente minúsculos torna-nos inexoravelmente mais completos... Se ser completo é ser tudo... Então serei sempre um pedaço de gente, com nobreza de me saber assim... Simples, imperfeito e inexoravelmente minúsculo!
ResponderEliminarAnónimo Real
Ora então aqui vai:
ResponderEliminarGaspacho
Ingredientes:
200 g de pão,
9 dl de água,
2 dentes de alho,
2 colheres de sopa de azeite,
2 colheres de sopa de vinagre,
2 tomates médios,
1/2 pepino,
1 pimento verde,
1/2 colher de café de oregãos,
sal e pimenta q.b.
Preparação:
Corta-se os ingredientes em cubos pequenos e deite-os na terrina onde vai servir o gaspacho. Junte o azeite, vinagre, sal e pimenta. Deite por cima a água gelada. Prove de sal e corrija os temperos, acrescentando mais vinagre, se desejar. Por fim misture o pão que deve ser preferencialmente de véspera e cortado em cubos pequenos. Sirva imediatamente.
Boa Sorte...