segunda-feira, 12 de abril de 2010

Prisioneiro de mim mesmo!

Tantas palavras para dizer e não sai nem uma. Tanta coisa para dizer e no fundo nada para dizer. Tantos abraçoas para dar e na verdade nenhum abraço sai. Tanta liberdade e por incrivel que pareça somos prisioneiros desta solidão. Na verdade o dia a dia é apenas mais uma prisão, e a correria que fazemos para no fim perdermos é uma luta injusta. O que nos leva a querer ser alguém no mundo, quando este não quer que saiamos vencedores desta guerra? Porque razão somos nós apenas "soldadinhos de chumbo" nesta guerra que parece não ter fim? Por vezes penso que sou mais um estranho nesta caminhada que não é só minha, mas sim nossa, porque ninguem anda sozinho neste mundo. Não quero ser apenas mais um derrotado, mas as pessoas obrigam-me a isso. De que vale soltar as amarras, se na realidade apenas nos soltamos de nossos sentimentos, e isso pode ser doloroso! Ao fundo vejo uma menina que dança, ao som de uma musica que apenas ela ouve, uma nuvem intensa de fumo caminha em minha direcção proveniente de um grupo de jovens que troca impressões. Acendo um cigarro já a noite vai alta... Mais uma vez perco-me nos meus pensamentos e não sei se quero voltar ao mundo real. Uma pomba branca voa e aterra junto a mim, a menina continua a sua actuação para uma plateia que não lhe liga nenhuma, e os meus devaneios são cada vez maiores! Paras, e olhas em minha direcção. Pressinto-o, e fascina-me os teus olhos claros, o teu cabelo ondulado a esboaçar ao sabor do vento, fazendo me lembrar as ondas do mar. Fumo agora com mais intensidade, e o cheiro do tabaco confunde-se com o cheiro do teu perfume. A tua pele está agora encostada a minha e sinto-o com o toque sedoso do teu corpo no meu! A pomba voa agora, olhando para mim, como quem me controla! Desvio o olhar e a menina que tão bem dançava já não a vejo por lá, a nuvem intensa de fumo desapreceu também. Olho de novo e tu não estás. Olho desesperado e apenas vejo a realidade. Tu já não estás, ou talvez nunca tenhas estado, na volta foi apenas a minha imaginação. Tantas palavras para dizer e ninguém a quem as dizer, tantos abraços para dar e ninguém a quem os dar. Tanta liberdade, e no entanto, cá estou eu preso na minha imaginação! As amarras agora não quero soltar, pois quando as soltar tu despareces de vez da minha vida.

1 comentário:

  1. O Medo também nos faz perder... Também faz desaparecer as pessoas que não abraçamos, com quem não falamos mas com as quais queremos falar e as quais queremos abraçar!!! Quando simplesmente olhamos de longe, não intervimos, não mudamos nada... E aí, como que estagnados pela auto-imposição de uma prisão que a nós mesmos afasta do que queremos dizer, abraçar e viver em pleno...

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